O Mundo de Putty

Não me perguntem porquê, mas no escritório da empresa onde trabalho temos uma televisão que está sempre ligada. O canal é um bocado indeferente mas há um ponto de ligação em todos os programas que são visionados aqui (de soslaio ou com muita atenção). Esse ponto de ligação é serem todos tão maus mas tão maus que não apanhar uma doença pelo televisor é um pequeno milagre, porque ser exposto a lixo de alta cilindrada não é pêra doce.

Hoje durante um momento de tédio há coisa de 15 minutos (são 10:52) caí na grande asneira ou tive uma iluminação divina de olhar para a tv.
E lá estavam duas pré adolescentes sentadas a uma mesa, a vamp (sim, vamp e pré adolescente) maltratava a nerd a quem tinha roubado o diário. Até aqui tudo normal não fosse o facto da pré adolescente vamp ter uns tiques de travesti e da bela da série ser dobrada em português do original americano (acho...).
Mas (sim há um mas) tudo aquilo passa um qualquer limite que existe de certeza nas regras de criação e concretização de uma série para pré adolescentes. De repente estamos em casa de uma senhora (chamemos-lhe Vacarrona) que está vestida com umas botas de cano alto e salto alto também claro, e um veste um casaco com a gola e os punhos forrado a pêlo de raposa (assim em versão disparate).
A Vacarrona é senhora para ter uns 60 e bué anos e quase tantas plásticas naquela fronha.
Pela sua casa adentro entra um tal de Leandro que ela não conhece de lado nenhum. Ficamos a saber que esta diva plastificada é actriz de novelas "Fiz muitas." diz ela, e que o Leandro é fã do trabalho dela. (Sim aqui ficamos a pensar "oh Leandro mas tu vais afiambrar a velha ou afinal vieste só pelo autografo?"). Eles falam sobre algumas coisas que não apanhei bem e combinam jantar mai logo. Ah, o Leandro passado menos de um minuto começa a tratá-la por tu e até vai à cozinha buscar-lhe um copo da àgua que a mulher tava em inicio de peripaque.
Voltamos às pré adolescentes que continuam a fazer coisas parvas de pré adolescente como correr por um parque umas atrás das outras porque a nerd tinha roubado a mala da vamp onde estava o diário roubado. Estupidamente não o retirou da dita mala e quando a vamp a apanhou e recuperou a mala o diário continuava lá dentro (não devias ter um cerebro oh nerd??).
Voltamos à casa (que é uma mansão, óbvio) da Vacarrona, onde agora estão duas freiras (hã?) e um homem com ar de sequestrador brasileiro de fato-de-treino verde (na minha cabeça ele seria o jardineiro, por isso vamos chamá-lo de Jardineiro Brasileiro).
Não apanhei o que esta trupe de malandrecos estava a fazer (não se mexiam muito). Uma das freiras ria-se muito e pelo ar dos outros nos momentos errados (chamemos-lhe a Freira Parva) a outra tinha ar de presidiária venezuelana e uma peruca muito foleira (chamemos-lhe a Freira Gonzalez, como o Speedy).
Passamos novamente à Vacarrona (já perceberam que ela é a minha personagem favorita???) que está sentada no quarto a ser maquilhada e vestida e sei lá mais o quê por uma menina com ar de espanhola (estes ares de das Américas latinas começa a ser recorrente...).
Quase que pensei que ela com tanto tempo de preparação ficasse com um ar menos "Madame de uma qualquer casa de passe na A1" que tinha anteriormente, e não é que a vaca da Vacarrona aparece num misto de prostituta da Alemanha Nazi misturado com mestre de cerimónias do Circo Chen. Haja Deus...
Voltamos à Freira Parva, à Freira Gonzalez e ao Jardineiro Brasileiro que continuam em casa da Vacarrona (agora a comer doces ou aperitivos de uma bandeja) a conspirar qualquer coisa que não percebi... e já não vi mais...

Nota 1: Não dei estes nomes caricatos às personagens porque me apeteceu, mas sim porque não apanhei o nome de uma única.

Nota 2: já vos disse que hoje dormi uma hora?

Nota 3: para os interessados esta bela bosta maravilhosa chama-se ou "O Mundo de Polly" "O Mundo de Patty" ou "O Mundo de Putty" de longe o mais sonante!